Essa semana eu vi uma notícia que me chamou atenção. Após uma forte ventania uma árvore caiu em cima de uma mulher ( a chamaremos de Dona Maria) que caminhava na calçada, matando-a na hora.
Para os mais espiritualizados, o acaso não existe, é um evento sem explicação aparente que faz parte de um plano maior. Já os céticos o considerariam uma fatalidade, de maneira que é um destino inevitável, e que apesar de pequena, não deixa de ser uma probabilidade para o fim previsível e absoluto em 100% das espécies vivas: A Morte.
Não estou questionando diretamente a morte (isso é assunto para outro texto); mas a ligação de todos os acontecimentos e até que ponto realmente existe um livre arbítrio, pois a impressão que dá é a de que estamos todos fadados a um destino pre-meditado, consequência da casualidade , escolhido por Deus ou influenciado pelo equilíbrio dos cosmos?
Voltando no tempo para juntar os pontos, desde o momento que os pais da vítima se conheceram, até a fecundação daquele determinado óvulo,naquele momento...Se eles tivessem esperado 5 minutos, talvez nada teria acontecido, ela lembraria de alguma ex namorada dele, eles discutiriam e o tesão passaria. Sendo mais radical, eles nem teriam se conhecido, visto que o primeiro encontro se deu em uma festa, mas ela teve uma aguda dor de cabeça, o que a forçou a não ir. Poderiam ter outras festas, mas isso implicaria no mínimo um dia de atraso no nascimento de Maria, tirando-a cronologicamente daquele local, de perto daquela árvore, bem, se é que realmente ela teria nascido, o que também seria só o adiantamento de um fato que fatalmente iria acontecer, que é o fim da existência de Maria, pelo menos no mundo terrestre (supondo que existam outros)
Supondo que tudo tivesse acontecido exatamente como na realidade, a pergunta que não quer calar é porque ela tinha que passar por ali? Não poderia ter passado no mercado, ou simplesmente ter acordado mais tarde? O alarme poderia ter quebrado. O trem também poderia ter atrasado. Ou ela simplesmente ficaria na cama o dia inteiro, sem árvores ao redor.
Dizem que quando chega a hora não tem jeito. Mas se pudessemos prever antes de escolher, será que teríamos um desfecho diferente ou como em um labirinto, todos os caminhos, mais cedo ou mais tarde, nos levarão ao mesmo fim?
Samantha S Kelly
Nenhum comentário:
Postar um comentário