21 junho 2008
Humanos
Uma coisa eu sempre escutei que diferencia a raça humana de todos os outros animais da natureza é a maneira na qual produzimos o pensamento e aparentemente estamos sempre evoluindo.
O estranho paradoxo em toda essa afirmação é o fato de que a mesmíssima coisa que nos torna diferentes consegue ser o motivo da corrupção interna de cada um de nós.
O que nós, humanos, aprendemos com toda nossa ''inteligência'', foi a sermos indivíduos manipulados por todos os fatores exteriores, sejam eles a mídia, a nossa cultura, o governo, nossos amigos, familiares e ironicamente, por regras que nós mesmos inventamos.
Pensar em tudo que nos faz infelizes, é pensar em todos os paradigmas que nos são impostos pela sociedade na qual estamos emergidos.
O ciclo da vida mudou o prisma e não é mais suficiente só nascer-reproduzir-morrer, é preciso perder o nosso tempo em questões mundanas e fúteis que são praticamente obrigatórias para se encaixar na sociedade. Então nós o fazemos, nós aceitamos os padrões estúpidos de beleza, nos importamos com a vida do outro, trabalhamos para conseguir dinheiro e status e fora inúmeras outras coisas simplesmente porque aprendemos e acreditamos que tudo isso faz parte e representa o que nós somos.
E quando temos um momento de lucidez e nos perguntamos o que fizemos com o tempo perdido, a voz interior é abafada por todo o barulho que está ao seu lado, desde os primordiais ensinamentos dos seus pais até os conceitos que você continua aceitando e reproduzindo.
O mais engraçado/trágico em tudo isso, é notar que fomos nós mesmos que nos prendemos nessa armadilha, e ao comparar a maneira que os animais vivem com a nossa, eu vejo que eles são muito mais ''felizes'' por não procurarem esse sentimento utópico de êxtase, e mesmo assim, obterem uma genuína satisfação no simples fato de existir.
Samantha SK
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